Abençoada liberdade
Era uma vez uma menina,
nascida numa aldeia serrana,
emoldurada por montanhas agrestes
onde ainda havia o lobo mau
que, esfaimado,
descia ao povoado!
Chapinhava nos charcos de lama,
que a chuva transformava
numa piscina deslumbrante
e apanhava flores silvestres,
com um perfume inebriante!
Comia amoras das silvas, azedas
e corria por caminhos sem fim,
apanhando bugalhos,
que lhe serviam de berlinde...
Procurava todo o buraquinho
donde, com a ajuda da palhinha,
saía o negro grilinho...
Maravilhosa liberdade, de felicidade,
que só quem a viveu,
lhe dá valor e recorda com saudade!...
Pensei, pensei
e com espanto meu,
cheguei à conclusão,
que essa menina era eu!...
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