terça-feira, 7 de agosto de 2018

Verões quentes em Vale de Espinho

Verões quentes em Vale de Espinho


Veio-me à memória, nesta época de um calor infernal, o verão tórrido na minha aldeia, lá na Beira, quando eu era criança. Cada qual se defendia como podia e inventava-se o ar condicionado, por nós tão apreciado. Mudava-se a cozinha para as "lojas", quase sempre térreas, que se "bachicavam", constantemente, com água fresca e nos dava uma sensação de frescura inacreditável!
Ainda agora, sinto aquele cheiro a terra molhada quando visitava uma amiga e nunca me apetecia voltar para casa, embora nós também fizéssemos a vida, durante o dia, na adega de cimento, mais fresquinha.
Lá fora, parecia uma fogueira e o ar lançava uma labareda, uma autêntica língua de fogo que queimava!
Nós, as crianças, logo que a tarde chegava, íamos para a Fonte Grande chapinhar naquela água gélida, que também servia de frigorífico, onde refrescávamos a água e os refrescos de café ou limão que substituíam os gelados a que, na altura, não tínhamos acesso...

A maldade dos homens

A maldade dos homens


Olho a televisão
e só vejo corpos destroçados,
crianças de olhos vidrados,
sem vida,
onde o sonho se apagou
com o ódio dos homens cruéis,
sem coração!
Caem-me lágrimas,
de revolta,
que não consigo controlar...
E pergunto ao meu deus,
em que quero acreditar,
por quê os teus poderes infinitos já perdeste?
Ou então, meu deus,
por que te escondeste?