Pai

 Pai

Hoje é dia do pai

e ao lembrar o meu,

senti-o dentro de mim

ainda a sorrir, brincar

e amar...

Ao chegar, ontem,

a minha filha

para abraçar o pai,

senti que o amor

não morrerá nunca!

E o meu coração chorou

para dentro,

sem ninguém sentir,

por ver os olhos dele

cheios de emoção

ao agradecer a Deus

a sorte em ter aquela filha,

cheia de amor

no seu coração,

para dar ao pai!... 

É o dia do pai

 É o dia do pai

Não fiques zangado comigo pai

porque no teu dia,
no dia de S. José
e de todos os Josés,
eu não vou ao cemitério,
colocar flores a teus pés...
Irei este ano,
junto a esse pedaço de terra,
onde apenas as tuas cinzas permanecem,
levar-te em vez de uma flor,
um jardim imenso,
onde elas todo o ano renascem e florescem!
São flores feitas de saudade,
que o tempo não faz murchar,
regadas com tantas orações,
que de certeza,
ao céu irão chegar!

É no silêncio...

É no silêncio...

É no silêncio,

que a minha memória

volta ao passado...

É longa a viagem,

por vezes saltando obstáculos

que aos olhos de hoje,

se chamariam quase milagre!

Mas agradeço as dificuldades da vida

que venci,

por ter seguido sempre,

de Cristo a sua mensagem...

É no silêncio,

que o meu frágil

e sensível coração

sofre, ao ver os nossos irmãos

envolvidos numa guerra assassina,

onde impera a dor, a fome, o desespero

e eu tenho apenas

uma arma que não mata,

que chega ao céu na minha súplica

em forma de oração!...

 

A fragilidade da fé

 A fragilidade da fé

Eu acredito em Deus

e não duvido,

mas, por vezes,

sinto uma revolta

quando vejo

uma mãe chorar

por um filho que parte

e já não volta!...

Eu acredito em Deus,

tenho a certeza,

mas, por vezes,

uma dúvida me consome

quando vejo tanta criança

a morrer de fome...

Eu acredito em Deus

e no seu filho Jesus

que nos deixou a sua mensagem

só de amor e paz...

Mas, por vezes,

ao ver neste mundo tanta guerra,

ódio e só vingança,

eu penso que Ele

há-de sofrer

e também  perder a esperança!...

Saudades de mim

 Saudades de mim

Vou ter saudades de mim,

que tinha vontade

de tudo fazer...

Pintar "borrões",

com graça ou sem ela,

em cada tela, 

mas, também, escrever

poemas simples

comigo lá dentro,

com alegria ou tristeza,

muito amor

e um pedacinho de céu,

mas era eu...

Vou ter saudades

dos que me amaram,

me fizeram feliz

e me faziam sorrir!

Mas, meu Deus, 

não me deixeis

ainda partir!!

Abrir janelas...

Abrir janelas...

A força da fé

e do amor

fazem verdadeiros milagres,

quase surreais,

que superam a energia

de todos os mortais!

Esqueço as minhas mazelas,

abro janelas 

e entra aquele poder 

e aquela magia,

que o ar me traz

e de tudo

sou capaz!...

Lágrimas invisíveis

Lágrimas invisíveis

Não caem as lágrimas

porque não deixo,

ficam dentro de mim

misturadas com revolta

ao ver tanta gente

a sofrer, 

com esta guerra injusta,

que parece não ter fim!...

Só um animal feroz,

que não tem alma,

nem sensibilidade,

seria capaz

de tanta atrocidade...

Ao ver aqueles olhos

de crianças inocentes,

que não sabem ainda

o que é a maldade humana,

apetecia-me ter asas,

abraçá-las

e fugir com elas

para onde, em vez de canhões,

só encontrassem amor nos corações!...

Um grito mudo de revolta

Um grito mudo de revolta

Num mundo

em que há tanto

para amar,

admirar

e, em cada canto,

tanta flor

a enfeitar a terra,

não admira

que me indigne

e me faça doer

esta injusta guerra!...

Será que há ainda

corações feitos de aço,

insensíveis ao sofrimento duro,

ao sorriso inocente

duma criança

que, sem culpa,

num momento

perde a esperança

e fica sem futuro...

São gritos mudos de revolta,

que ecoam no ar

sem ninguém ouvir...

Mas, por favor,

não me mandem calar!...