domingo, 13 de novembro de 2016

Recordar a infância

Recordar a infância


Não sou poeta
nem pretendo ser,
mas a saudade,
palavra tão nossa
qual musa inspiradora
é que me obriga a escrever!
Saudade dos beijos 
dos que me amaram,
das minhas cantorias
de manhã à noite,
que faziam todos fugir,
menos o meu pai,
que, cheio de ternura, 
ia logo colocar nos ouvidos,
algodão em rama
cansado de me ouvir...
E a azáfama da vindima?
A minha paciência,
apanhando os bagos,
que caíam,
pois essa tarefa era sempre
da minha incumbência,
disfarçadamente, escondendo,
muitos eu ia comendo!
É tão bom recordar o passado,
nesta reta final,
que o tempo atroz,
levou com tanta rapidez,
mas, como diz Júlio Dantas,
na Ceia dos Cardeais,
lembrar um amor
é amar outra vez!...


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