terça-feira, 18 de agosto de 2015

Abençoada liberdade

Abençoada liberdade


Era uma vez uma menina
nascida numa aldeia serrana,
emoldurada por montanhas agrestes,
onde ainda havia lobo mau
que, esfaimado,
descia ao povoado!
Chapinhava nos charcos de lama
que a chuva transformava
numa piscina deslumbrante
e apanhava flores silvestres
com um perfume inebriante!
Comia amoras das silvas, azedas
e corria por caminhos sem fim
apanhando bugalhos
que lhe serviam de berlinde...
procurava todo o buraquinho
donde, com a ajuda da palhinha,
saía o negro grilinho...
Maravilhosa liberdade,
de felicidade,
que só quem a viveu
lhe dá valor
e recorda com saudade!...
Pensei, pensei
e com espanto meu,
cheguei à conclusão,
que essa menina
era eu...

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